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ATO II:
AS SERPENTES

Ilustração de uma cobra amarela, olhando para frente.

Ilustração: Crotalus - Crotalus durissus. Sem data. Item documental 01 ilustração. Dimensão: 49,5cm x 35cm. Suporte: Papel Instituto Butantan.  Autoria: Olavo Pinto de Moraes.  Acervo Instituto Butantan/Centro de Memória.

Fotografia de um serpetarista segurando uma cobra. Ele segura um Laço de Lutz, laço próprio para manejo das serpentes, na mão esquerda. Na direita, segura a cobra. A foto é colorida, ele usa jaleco branco, calça e sapatos fechados. Ao fundo, vegetação verde e um muro.

SISTEMA
DE PERMUTA

Fotografia de um serpetarista segurando uma cobra. Ele segura um Laço de Lutz, laço próprio para manejo das serpentes, na mão esquerda. Na direita, segura a cobra. A foto é colorida, ele usa jaleco branco, calça e sapatos fechados. Ao fundo, vegetação verde e um muro.

A "permuta" foi uma estratégia desenvolvida pelo Instituto Butantan que se manteve durante muitas décadas, idealizada para garantir a captação de serpentes para a produção do soro antiofídico e sua distribuição aos fornecedores como forma de recompensa pelo envio dos animais e para a prevenção de acidentes.

Essa ação foi aprimorada ao longo do tempo quando, além do soro, outros materiais de captura passaram a ser enviados para auxiliar os fornecedores mais tradicionais.

Cartaz de divulgação da ação de permuta realizada pelo Butantan. O cartaz solicita ao homem do campo que envie cobras, aranhas e escorpiões em troca de soro. Há indicação da caixa postal no canto inferior esquerdo. Há, ao centro, uma ilustração de uma cobra devorando outra.
Cartaz informativo a população sobre como evitar picadas de cobras, direcionado aos trabalhadores rurais. Há a ilustração de um homem trabalhando, e orientações sobre uso de botas e calça. Há quadrados orientando quais ações fazer e quais não fazer no encontro com uma cobra, também ilustrados. As cores predominantes são amarelo, vermelho e verde.

Por meio de uma ampla campanha de comunicação com a população rural, foi estabelecido um procedimento para o recebimento das serpentes, indispensáveis para a produção do soro.

Os animais capturados e doados ao Instituto chegavam  de forma gratuita por meio de malha ferroviária ou individualmente através do contato com os fazendeiros e prefeituras. A caixa em que era enviado o animal deveria conter o nome e o  endereço do fornecedor, além do local de captura, dados que seriam utilizados para trocas de correspondência e cadastro do fornecedor.

Cartaz de orientação sobre captura de escorpião, orientando o envio ao Instituto Butantan. Há uma fotografia de uma mão segurando um graveto e empurrando um escorpião para dentro de uma lata. Abaixo, orientações sobre o envio ao Instituto.

Como forma de compensação e reconhecimento aos parceiros institucionais na luta para diminuir os acidentes, o Instituto enviava o soro antiofídico para a localidade identificada, também contribuindo, assim, para a prevenção de acidentes. Os cartões postais de recebimento serviam como forma de agradecimento e registro dessas trocas:

Cartões postais enviados pelo Instituto Butantan e devolvidos pelos fornecedores para estabelecer registro sobre os animais recebidos pela população. A frente do cartão tem os dizeres Instituto Butantan ao centro. Vemos também selos do correio.
Capa do Manual de Fornecedores do Instituto Butantan. Há o logotipo do IB no canto superior esquerdo, uma fotografia de um serpentarista segurando uma serpente na mão esquerda e o laço de Lutz na mão direita, o qual ele estão usando para colocar a serpente dentro da caixa de transporte, que tem a palavra "Butantan" gravada.

O kit de envio de serpentes ao Instituto Butantan era composto por uma caixa de captura, onde o fornecedor depositava a serpente; um laço, denominado Laço de Lutz, que auxiliava no manuseio da serpente; um gancho que ajudava na captura e um manual do fornecedor. 

Esse manual continha informações sobre o envio, sobre prevenção de acidentes, cuidados em caso de picadas e algumas outras informações básicas para identificação da serpente.

O manual foi distribuído largamente pelo interior de São Paulo e outros estados vizinhos, e foi produzido pelo Instituto Butantan até há pouco tempo atrás, quando a captura de serpentes e outros animais passou a não ser mais incentivada.

Imagem: Manual de fornecedores do Instituto Butantan. Período de troca de serpentes por soro.

Acervo Instituto Butantan/Centro de Memória.

O Laço de Lutz foi o primeiro instrumento confeccionado no Brasil para a captura de serpentes e recebeu este nome em homenagem ao seu criador, Adolfo Lutz, então diretor do Instituto Bacteriológico. No início, para além da captura, o laço servia também para a extração de veneno.

Foto oficial da caixa de transporte do Instituto, em madeira, com a gravação "Butantan" em uma das faces. A caixa tem 1/4 de seu topo aberto.

Caixa de captura

Fotografia: Profissionais da Informação - Magda Leão. 29/07/2019.

Acervo Instituto Butantan/ Centro de Memória.

Cópia de IB_ICO_000429.jpg
Cobra dentro da caixa de captura.

Fotografia: Acervo Instituto Butantan/ Centro de Memória.

SERPENTÁRIO

Visita do General LeMay e família ao Instituto Butantan, na imagem estão Dr. Alphonse Richard Hoge (diretor do Lab. de Herpetologia); ao seu lado W. Bucherl (chefe do Lab. de Zoologia Médica); Flávio da Fonseca (pegando a cobra) entregue pelo Sr. Jairo (serpentarista). atrás provável Drª Eva Kelen (Fisiopatologia); a senhora mais alta Drª Yara Queiroga da (Imunologia), Sr. Jairo no manuseio de cobras. Data. 02/1959. Autoria desconhecida. Acervo Instituto Butantan/Centro de Memória.

Um serpentarista, no canto inferior direito, dentro de uma área rebaixada e rodeada por um muro - que é o serpentário - mostra uma cobra na ponta de um laço de Lutz para o público, situado acima e ao redor do serpentário, que assiste a demonstração.

Vista panorâmica de público escolar observando serpentário das não venenosas. Sem data. Autoria desconhecida. Acervo Instituto Butantan/Centro de Memória.

Vista do Serpentário de serpentes não venenosas - Na imagem aparece visitantes e o Sr. Jairo manuseando serpente. Sem data. Autoria desconhecida. Acervo Instituto Butantan/Centro de Memória. 

Seu Jairo, serpentarista, manuseando as serpentes no fosso. Sem data. Autoria desconhecida. Acervo Instituto Butantan/Centro de Memória.

O serpentário do Instituto Butantan teve sua inauguração datada de 1914, mesmo ano da inauguração do Prédio Central, atualmente denominado Edifício Vital Brazil.

 

Sua função inicial era armazenar as serpentes para a pesquisa e produção de soros; era lá, também, que aconteciam demonstrações públicas de extração do veneno, e, por isso, era comum o serpentário ser chamado de “Jardim das serpentes”.

Reformas no local fizeram com que o espaço se transformasse em um recinto mais adequado para o cuidado e manejo dos animais, bem como o tornou mais seguro tanto para as cobras, quanto para os visitantes.

 

No mesmo ano foi inaugurado outro serpentário que abrigou, durante algum tempo, as serpentes não peçonhentas. Hoje denominado reptário, abrigou também jacarés e outros répteis. O serpentário e o reptário fazem parte do complexo cultural do Instituto, o Parque da Ciência.

PARQUE DA CIÊNCIA

O Parque da Ciência Butantan é um complexo cultural e científico, criado em 2019, para aprimorar o atendimento dos visitantes nacionais e estrangeiros que vêm o Instituto. Inserido em uma área verde de aproximadamente 725 mil metros quadrados, o Parque tem o objetivo de inspirar públicos diversos, o interesse e a curiosidade pela ciência e pela pesquisa por meio de ações educativas, ambientais e de lazer. 

O parque conta ainda com uma área para realização de eventos e exposições, e um Boulevard, uma ampla via arborizada, que interliga as atrações do Parque da Ciência.

Quem protagoniza as fotos do serpentário nessa seção da exposição é o sr. Jairo Mendes de Souza, mais conhecido como seu Jairo. Assista às entrevistas abaixo , realizadas em 2014, para saber mais sobre o ofício de serpentarista!

Como era o ofício de serpentarista?

Como era o ofício de serpentarista?

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